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Se polui a terra, a água ou o ar, também polui a humanidade


As condições em que vive um indivíduo e suas experiências são fatores determinantes para a construção de sua identidade. A influência do ambiente na formação do sujeito é inquestionável, porque as informações que recebe são capazes de alterá-lo, criar novos pensamentos e estabelecer valores. Que valores podem ser inspirados por um ambiente sujo, degradado e marcado pelo egoísmo de algumas pessoas que não se preocupam com o bem comum? Certamente não aqueles que beneficiam a todos e instigam o cuidado e a preocupação com o bem estar alheio e a preservação do que pertence a todos.
A sujeira e a poluição nas grandes cidades são alarmantes. Além de gerar desconforto para a população, causam problemas de saúde e psicológicos. O acúmulo inadequado de resíduos sólidos é responsável pela transmissão de 13 doenças. A incidência da dengue, por exemplo, é 40% maior em locais onde há lixo ilegal em grande quantidade. O estresse também é um quadro que é agravado pelos maus odores do ambiente urbano, pelo lixo espalhado nas calçadas e pela poluição do ar – cujos efeitos no organismo são cada vez mais perceptíveis – e visual – que algumas cidades estão trabalhando para melhorar, através de mudanças na legislação.
As marcas do descaso dos cidadãos, empresas e governos podem ser vistas nas paredes escurecidas dos edifícios, nos espaços públicos frequentemente destruídos pelos próprios usuários e nos detritos que cercam qualquer habitante de uma grande metrópole. Tal negligência com o ambiente é reflexo do desprezo pelas outras pessoas.  Ignorar a relevância de preservar espaços de convivência é desprezar a própria sociedade, pois o lixo que polui terra, água e ar também contamina mentes.
Respeitar aqueles que integram a mesma sociedade é dever do cidadão. Não basta que haja um trabalho governamental de conservação do ambiente público se não existir colaboração da própria população. É a responsabilidade social de que tanto se ouve falar. O conceito é simples: não vivemos sozinhos no mundo, e, portanto, não temos direito de agir como se nossas atitudes não tivessem consequências. Assim, o lucro financeiro ou a satisfação individual não justificam a utilização de métodos de produção e estilos de vida inconsequentes e que ignorem o futuro e o valor intangível dos recursos naturais, da atmosfera terrestre, da biodiversidade e das relações humanas. Cada vez mais, os fins não justificam os meios, e a sociedade tem que se preocupar com os resíduos de suas atividades pessoais e comerciais. Isso porque já se sabe da importância do conceito de sustentabilidade (aplicada a todos os âmbitos da vida) e da geração e gestão consciente de lixo para possibilitar a sobrevivência e o bem-estar das gerações atuais e futuras. Atitudes sustentáveis precisam respeitar o ambiente coletivo, gerando riqueza sem degradar a natureza.
Em todo lugar, podem ser sentidas as consequências de séculos de atividade humana no planeta. As imprudências cometidas tem efeito em toda a espécie, seja na formação do caráter de adultos e crianças, na saúde mental e física, na felicidade ou nas relações pessoais. E resolver o problema a partir dos efeitos é, com certeza, muito mais difícil do que fazê-lo em relação às causas. O intuito da sustentabilidade é fazer com que todos percebam isso.

fonte: Blog atitude Brasil

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